Cultura Organizacional X Satisfação no
emprego
É importante, nesse momento, explicar que o conceito de cultura organizacional
se distingue do conceito de satisfação no emprego. A cultura organizacional
quer saber como os empregados percebem as características da cultura de sua
organização, não se eles gostam ou não dela. É extrair os padrões culturais de
uma organização a partir da somatória de opiniões e percepções de seus membros.
A pesquisa procura respostas para perguntas do tipo: A sua organização estimula
o trabalho em equipe? Ela recompensa a inovação? Ela restringe a iniciativa?
O termo cultura organizacional é essencialmente
descritivo, enquanto satisfação no emprego é
avaliador.
Definição:
Para Edgar Schein, cultura organizacional
é “o conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu ou
desenvolveu ao aprender como lidar com os problemas de adaptação externa e
integração interna, e quefuncionaram bem o suficiente
para serem considerados válidos e ensinados a novos membros como a forma
correta de perceber, pensar e sentir em relação a esses
problemas”.
Outros pesquisadores também se
aproximam do tema, questionando-se a respeito do significado do universo
simbólico das organizações, como Janice Beyer e Harrison Trice: “a cultura é
uma rede de concepções, normas e valores, que são tão tomadas por certas (taken for granted) que permanecem submersas à vida
organizacional”. Os autores afirmam que: “para criar e manter a cultura, estas
concepções, normas e valores devem ser afirmados e comunicados aos membros da
organização de uma forma tangível.”
A cultura organizacional é concebida como um conjunto de valores e
pressupostos básicos expresso em elementos simbólicos, que em sua capacidade de
ordenar, atribuir significações, construir a identidade organizacional, tanto
agem como elemento de comunicação e consenso, como ocultam e instrumentalizam
as relações de dominação.
Entretanto, para que se possa dizer que a cultura organizacional
refere-se a um sistema de significados, valores, crenças partilhadas mantidas
por seus membros, é necessário que seja feito um exame mais detalhado, como
estabelecer um conjunto de características - chave que a organização valoriza.
Essência da cultura de uma organização
Segundo Stephen P. Robbins, em “Comportamento Organizacional”, a
pesquisa mais recente sugere que há sete características básicas que,
agregadas, apreendem a essência da cultura de uma organização:
1. Inovação e tomada de riscos. O grau em que os
empregados são estimulados a serem inovadores e assumir riscos.
2. Atenção a detalhes. O grau em que se espera que os
empregados demonstrem precisão, análise e atenção a detalhes.
3. Orientação para resultados. O grau em que a
administração concentra-se em resultados ou produção mais do que em técnicas e
processos usados para atingir esses resultados.
4. Orientação para pessoas. O grau em que as decisões da
administração levam em consideração o efeito de resultados nas pessoas dentro
da organização.
5. Orientação para equipes. O grau em que as atividades de
trabalho estão organizadas mais em torno de equipes do que em torno de
indivíduos.
6. Agressividade. O grau em que as pessoas são agressivas
e competitivas mais do que sociáveis.
7. Estabilidade. O grau em que as atividades
organizacionais dão ênfase à manutenção do status quo em comparação com o
crescimento.
Segundo Edgar Schein, a cultura de uma organização pode ser aprendida em
vários níveis:
·
Nível
dos artefatos visíveis: o ambiente construído da organização, arquitetura, layout, a maneira de as pessoas se vestirem, padrões de
comportamento visíveis, documentos públicos: cartas, mapas. Este nível de
análise, segundo Schein, é muito enganador porque os dados são fáceis de obter,
mas difíceis de interpretar.
·
Nível
dos valores que governam o comportamento das pessoas: como esses são difíceis de observar
diretamente para identificá-los, é preciso entrevistar os membros - chave ou
realizar a análise de conteúdo de documentos formais da organização.
·
Nível
dos pressupostos inconscientes: são aqueles pressupostos que determinam como os membros de um grupo
percebem, pensam e sentem. Na medida em que o pressuposto vai se tornando cada
vez mais taken for granted, vai passando para o nível do
inconsciente.
Culturas Fortes X Culturas Fracas
Numa cultura forte, os valores centrais da organização são intensamente
mantidos e amplamente partilhados. Quanto mais membros aceitam os valores
centrais e quanto maior seu compromisso com esses valores, mais forte é a
cultura. De acordo com essa definição, uma cultura forte terá uma grande
influência no comportamento de seus membros porque o alto grau de
compartilhamento e intensidade criam um clima interno de alto controle
comportamental. Culturas fortes tem um impacto maior sobre o comportamento do
empregado e estão mais diretamente relacionadas a redução de rotatividade.
Cultura Organizacional x Cultura
Nacional
A Cultura Nacional tem um impacto maior nos empregados do que a cultura
de sua organização. Por mais influente que seja a cultura organizacional para o
entendimento do comportamento das pessoas no emprego, a cultura nacional o é
ainda mais.
DESVENDANDO A CULTURA DE UMA
ORGANIZAÇÃO
Como começa uma cultura
Recuperar o momento de criação de uma organização e sua inserção no
contexto político e econômico da época propicia o pano de fundo necessário para
compreensão da natureza da organização, suas metas e objetivos.
Os costumes, tradições e maneira geral de fazer as coisas atuais de uma
organização são grandemente devidos ao que foi feito antes e ao grau de sucesso
obtido com esses esforços. Isto nos leva à fonte suprema da cultura de uma
organização: seus fundadores.
O fundador desempenha um papel fundamental, pois ao mesmo tempo em que
detém a concepção global sobre o projeto da organização, tem o poder para
estruturá-la, desenvolvê-la e tecer elementos simbólicos consistentes com essa
visão. Ele tem uma visão do que a organização deve ser, não tem restrições de
costumes ou ideologias anteriores. O pequeno porte que geralmente caracteriza novas
organizações facilita depois a imposição da visão dos fundadores a todos os
membros organizacionais.
É importante também investigar os incidentes críticos por que passou a
organização: crises, expansões, pontos de inflexão, de fracassos ou sucessos. Nestes
momentos, o tecido simbólico se revela mais facilmente ao pesquisador, pois
certos valores importantes de ser preservados ou, pelo contrário, questionados,
emergem com maior rapidez.
O processo de socialização de novos
membros
O momento de socialização é crucial para a reprodução do universo
simbólico. É através das estratégias de integração do indivíduo à organização
que os valores vão sendo transmitidos e incorporados pelos novos membros.
As estratégias mais usuais são os chamados programas de treinamento e
integração de novos funcionários, que assumem formatos e durações diversas
conforme a organização.
Ótimo! Muito bom o conteúdo estou prestes a terminar e já garantir meu certificado.
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